27 de jul. de 2009

Jornal Montessori - 5° Artigo


Função do professor Montessoriano
por Janaína Prado e Patrícia Beatriz


Para que o educador consiga realizar algo de positivo, de consciente, é preciso que ele tenha convicção de seu trabalho, acredite no potencial que cada educando traz consigo e enxergue a riqueza desse material humano explorável, com capacidade ilimitada. O trabalho do educador deve convergir para atender, na totalidade, as exigências da pessoa humana quando à sua formação e educação.

Segundo a Dra Montessori o papel do professor é o de criar um traço de união entre a criança, o ambiente e o material. É importante que ele fale pouco e em voz baixa, seja tranqüilo, moderado nos gestos, exato na apresentação do material, concentrado naquilo que esta fazendo. Deve obedecer, sobretudo ao principio da “não intervenção” quando a criança estiver interessada por alguma coisa.

O professor deve utilizar dois recursos para iniciar os educandos numa determinada atividade:

A) Constituir-se um modelo de forma que seu comportamento chame a atenção da criança para aquilo que está fazendo;

B) Sugerir, depois que a criança já viu realizadas certas atividades, que ela execute uma tarefa familiar, mas que contenha algum desafio.

As funções primordiais do educador montessoriano são:

- preparar o ambiente e o material;

- levar a criança se auto-corrigir;

- levar a criança a se auto-disciplinar;

- levar a criança a respeitar o trabalho dos colegas;

- servir de intermediário entre o material e a criança;

- ensinar o manuseio do material e o método de trabalho;

- ser um elo entre o meio e a criança.

O papel do professor é de um guia que para atingir seus objetivos deve:

- “diminuir-se” para que a criança possa crescer;

- permitir que a criança seja o centro do processo educativo;

- influenciar e não impor;

- ser firme e seguro na colocação de limites, auxiliando a normalização da criança;

- evitar ajudas desnecessárias quando a criança é capaz de realizar sozinha.

A professora, com tudo, tem muitas e não são fáceis incumbências: sua cooperação não deve ser excluída, mas deve ser prudente, delicada e multiforme. Suas palavras, sua energia, sua severidade não são necessárias; o que importa é um atento espírito de observação que lhe permita servir, aproximar-se ou retirar-se, interferir ou calar-se segundo os casos e as necessidades. (Montessori apud Lagôa, 1981)

Para que o trabalho do educador possa ser realizado é preciso que:

1. Conheça-se a si próprio;

2. Acredite no seu trabalho;

3. Seja autentico;

4. Saiba ser um grupo e não uma pessoa (use sempre o nós e não eu);

5. Dê cada dia um passo para o aperfeiçoamento;

6. Aprofunde-se cada vez mais no conhecimento da filosofia, psicologia, metodologia montessoriana;

7. Avalie diariamente o seu trabalho, procurando aprimorá-lo, aprofundá-lo, corrigi-lo;

8. Respeite o educando de tal forma, que esse respeito seja interiorizado por ele, fazendo-o encontrar-se consigo mesmo, com o outro, levando-o assim ao encontro com o real, com Deus;

9. Seja um observador constante da classe, procurando, com simplicidade, amor doação, uma harmonia entre o trabalho intelectual, físico e moral;

10. Leve o educando a ser autor de sua própria educação;

11. Procure controlar os gestos de modo que eles sejam uma demonstração do domínio do espírito sobre o corpo; que esses gestos falem, transmitam alguma coisa. Cada um deles deve ser uma mensagem;

12. Em relação ao educando, deve sentir nos seus gestos, o seu equilíbrio emocional, a sua instabilidade, a sua agressividade, a sua disfunção motora;

13. Cultive o silêncio interior da classe (não é mutismo imposto e sim silêncio interior). Esse silêncio nasce da presença, da liderança amorosa e se traduz no aluno em afeto e respeito. A paz do espírito advém do silêncio concentrado, do silêncio interior;

14. Seja criativo para que o educando crie também;

15. Trabalhe com responsabilidade, seriedade, vontade, esforço;

16. Nunca corrija ostensivamente o aluno, em voz alta, na frente dos colegas;

17. Nunca impeça o educando de continuar um trabalho quando este demonstrar vontade de prosseguir nele.

Enfim, o verdadeiro professor, o educador montessoriano é aquele que: DOA-RESPEITA

24 de jul. de 2009

Didática

Às vezes tomamos a palavra “pedagogia” em um sentido lato; trata-se da pedagogia como o campo de conhecimentos que abriga o que chamamos de “saberes da área da educação” – como a filosofia da educação, a didática, a educação e a própria pedagogia, tomada então em sentido estrito. Mas, de fato, é em um sentido estrito que a pedagogia nos deve interessar. Pois, quando ampliamos a extensão do termo o que resta pouco nos ajuda a entender o quadro no qual se dá a diferenciação dos saberes relativos ao ensino. A pedagogia, em um sentido estrito, está ligada às suas origens na Grécia antiga. Aqueles que os gregos antigos chamavam de “pedagogo” era o escravo que levava a criança para o local da relação ensino-aprendizagem; não era exclusivamente um instrutor, ao contrário, era um condutor, alguém responsável pela melhoria da conduta geral do estudante, moral e intelectual. Ou seja, o escravo pedagogo tinha a norma para a boa educação; se, por acaso, precisasse de especialistas para a instrução – e é certo que precisava –, conduzia a criança até lugares específicos, os lugares próprios para o “ensino de idiomas, de gramática e cálculo”, de um lado, e para a “educação corporal de outro”
A concepção que diz que a pedagogia é a parte normativa do conjunto de saberes que precisamos adquirir e manter se quisermos desenvolver uma boa educação, é mais ou menos consensual entre os autores que discutem a temática da educação. Ela, a pedagogia, é aquela parte do saber que está ligada à razão que não se resume à razão instrumental apenas, mas que inclui a razão enquanto razoabilidade; a racionalidade que nos possibilita o convívio, ou seja, a vigência da tolerância e, mesmo, do amor.
Ao falarmos, por exemplo, “não seja violento, use da razão”, queremos ser compreendidos como dizendo, “use de métodos de comunicação que são próprios do diálogo” – os métodos e normas da sociedade liberal (ideal). É esse tipo de razão ou racionalidade que conduz, ou produz, a pedagogia. A didática busca meios para que a educação aconteça e, assim, é guiada pela razão técnica ou instrumental, enquanto que a pedagogia busca nortear a educação, e é guiada pela razoabilidade, pela fixação de regras que só se colocam por conta da existência de um ou vários objetivos; no caso, objetivos educacionais, o que é posto como meta e valor em educação. Quem estabelece tais valores?
Pedagogia, didática e educação estão ligadas. Mas a filosofia da educação é um saber mais independente, que pode ou não ter um vínculo com os saberes da pedagogia e da didática, ou do saber-prático (e imediato) que faz a educação acontecer. O termo “filosofia da educação” aponta para um tipo de saber que, de um modo amplo, é aquele acumulado na discussão sobre o campo educacional. Faz assim ou para colocar valores e fins e legitimá-los através de fundamentos, ou para colocar valores e fins e legitimá-los através de justificações. Há, portanto, dois grandes tipos de filosofia da educação: a filosofia da educação que serve como fundamentação para a pedagogia e filosofia da educação que serve como justificação.

A filosofia da educação não está vinculada somente à razão instrumental ou à razão comunicativa liberal, mas tem como sua produtora a razão enquanto elemento que escolhe fins e, portanto, que valora. Ela pode falar em "valor de verdade" e "valor moral", pode separá-los em campos que se excluem ou não, mas, sempre, vai falar em valor e fins. A razão, aqui, é a razão que diz quais são os objetivos da educação e, então, que explicita se as normas da pedagogia podem ser mantidas ou não, e que normas são essas. Tais normais devem parecer legitimas, caso contrário, pelo menos em princípio, elas não terão seguidores. O que as torna legítimas? Um discurso – o discurso filosófico, a filosofia da educação ou fundacionista ou justificadora. Se a legitimação da pedagogia se dá através de uma metafísica que encontra um fundamento último para que a educação se processe de uma maneira e não de outra, dizemos que a filosofia da educação fundamenta a pedagogia e, conseqüentemente, a educação. Se a legitimação da pedagogia se dá através de um conjunto de argumentos que tentam justificá-la, sem requisitar um ponto arquimediano metafísico, então dizemos que a filosofia da educação justifica a pedagogia e, conseqüentemente, a educação.
Se nós acreditamos, por exemplo, no âmbito da filosofia da educação, que “somos iguais porque todos nós somos filhos de Deus” ou que “somos iguais porque somos todos seres humanos” ou que “somos iguais porque todos possuímos, diferentemente dos animais, razão”, podemos então, no âmbito da fixação de normas pedagógicas, dizer que nossa educação “tem como objetivo não destruir nossa igualdade original”. A igualdade baseada na origem divina, ou baseada na noção de ser humano ou na posse de algo que poderia chamar “razão”, funcionam, neste caso, como fundamentos metafísicos para uma pedagogia igualitária. Mas se alguém diz que tal crença metafísica não é algo que podemos crer à luz de crenças mais convincentes, e se nós não queremos abandonar a nossa pedagogia igualitária, então nos cabe ou convencer nosso interlocutor da validade do ponto metafísico (o que implica em refazer o sistema filosófico adotado) ou, então, argumentar de modo a justificar que a igualdade como fim da educação vale a pena, por exemplo, porque ela possibilitará um mundo com menos injustiça, um mundo melhor – usamos aí um argumento pragmático, que não implica qualquer metafísica. Assim, uma mesma pedagogia (uma pedagogia igualitária, por exemplo), pode ter discursos legitimadores diferentes, isto é, filosofias da educação diferentes. Quem legitima a pedagogia pode apelar para a fundamentação ou para a justificação.

Uma tal reflexão – a de como a pedagogia se legitima - é própria da “área da filosofia da educação”. É o trabalho próprio aos filósofos da educação. Não raro, é uma discussão que envolve argumentos técnicos em filosofia e, portanto, não produz um saber que possa ser de domínio imediato dos que estão executando a relação ensino-aprendizagem, embora os professores conheçam, ao menos, as máximas filosófico-pedagógicas que escapam do domínio técnico e lhes caem nos ouvidos, e, assim, eles ficam satisfeitos com suas pedagogias. Não raro, uma única máxima filosófico-pedagógica guia uma vida inteira de trabalho de um professor.

Que não se tire daí a conclusão que os professores devem apenas saber didática, ou, ao contrário, que vão ser “críticos” e bem mais capazes se souberem filosofia da educação, seja esta fundacionista ou justificadora. O saber de cada professor varia. Uns podem ter uma aptidão melhor para a reflexão filosófica, e serem desajeitados para o trabalho que implica forte aptidão didática, outros podem dominar os trâmites das normas da pedagogia, e não terem gosto pela reflexão da filosofia da educação. Outros, ainda, podem ser práticos, meramente práticos, e se saírem bem em resultados de aproveitamento com os alunos. O importante é que, na formação dos professores, se saiba que empregamos todos os tipos de racionalidades que temos em nossa linguagem (a instrumental, a da tolerância e a que fixa objetivos e valores), e que a formação deve ser harmoniosa, pois tem tudo, em suas vestes originais, para ser harmoniosa – pois fazer educação nos leva, sempre, para os quatro saberes acima apontados, e para o emprego das três formas de racionalidade.

A harmonia não vem de separarmos, eqüitativamente, o que cada professor precisa saber em filosofia da educação, pedagogia, didática e ensino (educação). A harmonia vem, sim, da nossa capacidade de termos políticas educacionais que cultivem as instituições de formação de professores que protegem uma cultura onde os quatro saberes acima descritos não fiquem a descoberto, nas mãos de leigos. Tal cultura, sem que seja preciso qualquer reunião formal, será o fator determinante de convergência das conversações, no interior das instituições onde se dá a formação do professor, e ela poderá criar legiões de bons professores, em graus diferentes de aptidões. Isso vale para qualquer instituição de ensino que forma professores.

Definição:

A palavra didática deriva da expressão grega “techné didaktiké”, cuja tradução é “arte ou técnica de ensinar”. Enquanto adjetivo derivado de um verbo, o vocábulo referido origina-se do termo “didásko” cuja formação lingüística indica a característica de realização lenta através do tempo, fato próprio do processo natural de instruir alguém, de ensinar.
Sendo assim, podemos dizer que a Didática é uma ciência cujo objetivo fundamental é ocupar-se das estratégias de ensino, das questões práticas relativas à metodologia e das estratégias de que fazem parte do processo ensino-aprendizagem. Afinal, o professor precisa manter-se atualizado, aprendendo os melhores métodos e técnicas, a partir daí, precisa estudar a melhor forma de colocar em prática o que aprendeu, a esse fato damos o nome de didática. A didática é o que transforma a parte teórica em prática.

O papel da didática na formação do professor
a)mecanismo de preparação do educador
b)historicamente à um modo de facilitar o ensino e a aprendizagem de modos de conduta desejáveis
c)na atualidade à transmissão de conteúdos tanto morais como cognitivos
d)ensino-aprendizagem à facilidade e rapidez
e)elementos fundamentais: aspectos filosóficos, políticos e epistemológicos da educação
f)teoria e prática não podem ser dissociadas
g)papel central de transmissor de conteúdos e de ideologias oficiais
h)“como” fazer + “o que” fazer
i)o educador encontrará os meios para atingir os fins
j)elo entre as opções filosóficas-políticas da educação, os conteúdos profissionalizantes e o exercício diuturno da educação
k)modo crítico de desenvolver uma prática educativa, forjadora de um projeto histórico
l)elo tradutor de posicionamentos teóricos em práticas educacionais

Para concluir, podemos afirmar que a didática deve assumir um papel significativo na formação do educador, e para que isso ocorra, o professor não poderá reduzir-se e dedicar-se somente ao ensino de meios e mecanismos pelos quais desenvolver um processo de ensino-aprendizagem, e sim, desenvolver uma prática educativa arrojada e inovadora, que não será feita somente pelo educador, mas, por ele em conjunto com seus educandos e outros membros dos diversos setores da sociedade. Assim, teremos um sistema educativo totalmente funcional que alavancará a educação em nosso país.

ALUNA: LOSANGELA TOMAZ

Autoridade e Autoritarismo

Ao lembrar dos tempos da escola, em que se praticava a autoridade por parte dos professores, recordamos que a disciplina era muito mais controlada e os alunos respeitavam mais os professores e funcionários da escola. Nos tempos atuais podemos dizer que a realidade é outra, não generalizando, pois ainda existem exceções. Autoridade e autoritarismo são conceitos completamente diferentes, pois o autoritarismo está ligado à arbítrio e imposição, e autoridade, refere-se a uma prática pró-social, que tem como objetivo levar o ser humano a perceber as normas colocadas pela sociedade, a julgar sua legitimidade e a avançar no sentido de tornar mas humana e mais democrática a vida em sociedade. Na escola vivenciamos situações que podem comprovar, que um, é totalmente diferente do outro. Existem professores que não levantam a voz momento nenhum para os alunos. Quando eles não estão satisfeitos com você, apenas lançam um olhar e você já sabe que é pra "abaixar o facho e calar a boca". Isso se chama autoridade. Mas também há os professores que gritam feitos loucos dentro da sala, e só conseguem que a turma se acalme sob ameaças (de prova-surpresa, de tirar pontos, de expulsão...). Esses são os autoritários. Será que existe alguma causa que justifique esta perda de autoridade? Ou essas pessoas nunca a possuiu? Existem pessoas que já nascem com este poder, outras não conseguem, e apelam para as chamadas “chantagens” que resultam em opressão ao extremo, que muitas vezes causam temor e angustia.

Professor Autoritário

Professor autoridade
Existem fatos que ocorreram no mundo sobre autoridade e autoritarismo que marcaram muito a humanidade. No Brasil podemos citar a ditadura no regime militar, onde a ordem e a lei se faziam à base de torturas e prisões, o povo vivia sob ameaças constantes e não se fazia prevalecer a opinião e nem seus direitos.
Hitler tinha autoridade, embora não fosse de uma forma benéfica para muitos, ele a possuía. Com o seu poder de convicção, carisma e emoção, ele mobilizou praticamente uma nação inteira, em busca de seus ideais. O fato é, quem tem este dom, consegue sim, aquilo que deseja, seja bom ou mal.
Pais e escola precisam se conscientizar e trabalhar juntos em relação a formação do cidadão, crianças e jovens devem ter a oportunidade de conhecer que mudanças sociais, influenciam nas mudanças individuais, e que a educação também é responsável pela construção de valores, regras, limites e a luta contra a injustiça social. Assim, a função da educação, entre outras, é a de levar os educandos a perceberem o que podem ou não podem fazer, o que devem ou não devem fazer, numa dada situação. A autoridade dos pais e dos professores é fundamental para direcionar os limites legítimos da consciência humana que devem ser apropriados por todos, inclusive pensando-se no futuro, quando essas crianças e jovens desempenharão o papel de educar outras crianças e jovens e, talvez, o de decidir os destinos da sociedade. E assim caminha a Humanidade.


QUEM TEM AUTORIDADE, NÃO PRECISA SER AUTORITÁRIO.
QUEM PRECISA SER AUTORITÁRIO, É PORQUE JÁ PERDEU A AUTORIDADE HÁ MUITO TEMPO. (frase de Cíntia Lenon)


Aluna: Losangela Tomaz

Jornal Montessori - 4° Artigo

Linha Montessoriana

por Janaína Prado e Patrícia Beatriz

A inteligência se desenvolve na ponta dos pés.

(Séguim)

Outra diferença na sala montessoriana, é a linha amarela traçada no meio da sala. Para Montessori a criança deve ser educada para conquistar sua independência e, para isso, precisa de normalização.

A criança é normalizada na medida em que assume conscientemente seu trabalho, que respeita o outro, que tem atitudes tranqüilas e disciplinadas.

A disciplina dentro do método é interiorizada pela criança; ela não é imposta, é espontânea e é conseguida apenas pela normalização que pode ser:

- assistemática ou experiencial;

- sistemática ou programada.

A normalização sistemática é conseguida através de exercícios de “linhas montessorianas”.

Origem da linha

Maria Montessori observou certa vez, o esforço e o interesse com que as crianças procuravam andar nos trilhos, o que exigia delas, atenção e cuidado nos passos, o que enriquecia seus músculos fixavam a atenção. Para obter os mesmos resultados em suas classes, traçou uma linha no chão, fazendo com que as crianças andassem sem se desviar do traçado. Através desse andar, a criança fixaria a atenção e com isso, estabeleceria dentro dela, um ritmo corporal regular, devolvendo através dos exercícios a Educação Muscular: um domínio de si, através do domínio de cada parte do corpo, tais como pés, mãos, olhos, cabeça.

É de suma importância salientar que essa conquista do corpo tem que ser feita pela própria criança, de forma lenta, mas consciente. Deve aprender, ainda, a respeitar o esforço e o trabalho dos que com ela convivem. A atitude da professora será apenas a de favorecer, de dar elementos para que todo esse processo se realize. Assim, a linha tem um papel social muito grande: todos têm que fazer a mesma coisa, sem, porém, atrapalhar o outro.

Fases da linha

Uma aula de linha consta de fases organizadas de tal forma que, quando bem executadas preparam a criança para refletir, interiorizar e receber com mais facilidade, um ensinamento. É por esse motivo que, ao finalizar uma aula de Linha, a professora deve aproveitar a situação e apresentar materiais novos, ou qualquer outra atividade que exija maior atenção.

É importante lembrar que, os exercícios desenvolvidos na aula de Linha devem ser constantemente variados, para que o trabalho seja agradável ao aluno. Ao variar as estratégias o professor motiva o aluno.

1º Fase: Atenção

Tem como objetivo maior, chamar atenção das crianças para a figura da professora. Esta usará exercícios motores visuais, auditivos, estando as crianças paradas, podendo ficar sentadas, de joelhos, de cócoras ou em pé.

2º Fase: Caminhar na linha

Tem como objetivo maior o desenvolvimento do equilíbrio, através das mais variadas formas: andar, saltar, correr, pular.


3º Fase: Desconcentração

O objetivo maior é desconcentrar a criança da atenção e concentração das fases anteriores. São usados: jogos, danças, brinquedos, canções, etc.


4º Fase: Desabrochamento e criatividade

Tem como objetivo maior o desenvolvimento do espírito criador, através de dramatizações, expressão oral, etc.

5º Fase: Relaxamento

Esta é a ultima fase, a culminância de tudo que foi anteriormente desenvolvido. Seu objetivo maior é proporcionar um ambiente calmo e tranqüilo.

A lição do silencio é desenvolvida nesta fase e consta das seguintes etapas:

1º ouvir ruídos;

2º abstrair ruídos;

3º interiorizar-se.

Para que se desenvolva corretamente a lição do silêncio, convém levar as crianças, antes de iniciar, a uma completa imobilidade. A criança só conseguira o verdadeiro silêncio quando tiver autodomínio (aperfeiçoamento de seu controle motor).

Ass.: Janaína Prado e Patrícia Beatriz

23 de jul. de 2009

Jornal Montessori - 3° Artigo

O Ambiente Preparado

Por Patrícia Beatriz e Janaína Prado

Refere-se a um ambiente que seja organizado cuidadosamente para a criança, para ajudar-lhe a aprender e a crescer. Este ambiente está formado por dois fatores:

O entorno e o material, preparado de uma maneira tal que desenvolvam nelas as partes: social, emocional, intelectual, a comprovação e necessidades morais de uma criança, mas também que satisfaça as necessidades de ordem e segurança, já que tudo tem seu lugar apropriado.

A Dra. Montessori comprovou que preparando o meio ambiente dos alunos com os materiais necessários para seu período de desenvolvimento em todas as áreas possíveis e deixando-lhe escolher seu material de trabalho, abriria o caminho para um desenvolvimento completo de seu ser, "Liberdade de eleição em um meio ambiente preparado".

Características de um ambiente preparado

Proporcionado: às dimensões e forças da criança.

Limitado: Enquanto que o meio ambiente dirige ao aluno até o conhecimento e o ajude a organizar suas idéias, clareando sua mente.

Simples: Na qualidade das coisas e na linha das formas. Elementar, deve haver o suficiente e o necessário.

Delator do erro: O poder de dar-se conta do erro leva a criança a um raciocínio cada vez maior, podendo medir as conseqüências de suas ações.

Lavável: Para que a criança possa manter o ambiente limpo e cuidado.

Em Montessori as salas de aula são espaços amplos e luminosos.

Incluem flores e plantas em uma ordem absoluta. Os ambientes estão desenhados para estimular o desejo do conhecimento e a independência dos alunos. Ademais, os pequenos podem trocar idéias e experiências em meio de um ambiente especialmente preparado para eles, com móveis, materiais e infra-estrutura ao seu alcance.

Dentro deste ambiente preparado, os alunos estão livres para escolher seus próprios materiais e atividades, trocar de atividades, sentar-se em cadeiras ou enrolar-se em mantas, pode mover-se livremente no quarto, trabalhar sozinho ou acompanhado, sempre tendo o cuidado de que sua segurança não esteja implicada e respeite os direitos dos demais.

"A criança deve ser livre", disse a Dra. Montessori, para ser de verdade um mestre de seu ser. Ela deve estar livre para tomar suas decisões e fazer seus descobrimentos aprendendo por si mesmo.

Material

Desenhado pela Dra. Montessori, o material utilizado abrange todas as áreas em que ela estudou as necessidades infantis. Todo o material é natural, atrativo, progressivo e com seu próprio controle de erros.

As crianças são introduzidas em uma imensa variedade de materiais para dar bases sólidas a todas as habilidades e inteligências humanas. Nos ambientes, os materiais se encontram distribuídos em diferentes áreas onde os alunos têm livre acesso e onde possam escolher a atividade que queiram realizar.

Os materiais foram elaborados cientificamente, adequados ao tamanho das crianças, todos tem um objetivo de aprendizagem específico e estão desenhados com elementos naturais como madeira, vidro e metal.

Estes exigem movimentos dirigidos pela inteligência para um fim definido e constituem um ponto de contato entre a mente da criança e uma realidade externa, permitindo-lhes realizar gradualmente exercícios de maior dificuldade.

Características dos Materiais

Todos os materiais são motivos de atividade. Isolam as qualidades que queremos ressaltar ou que a criança aprende. Alguns, como os materiais: sensoriais e de matemática, estão graduados matematicamente. Têm controle de erros. Têm um máximo e um mínimo e apresentam os opostos. Têm um limite: Há um material de cada coisa. Ajudam a criança a entender o que aprende, mediante a associação de conceitos abstratos com uma experiência sensorial concreta, assim realmente está aprendendo e não somente memorizando.

Ass.: Patrícia Beatriz e Janaína Prado

A construção social da criança (construção de uma maquete escolar)


Foi realizado na Unidade Temática: Conteúdos Didáticos Metodológicos para a Educação Infantil, uma maquete onde tivemos que reproduzir um espaço da escola.

Escolhemos o berçário e o parque. Depois foi sorteado entre as pessoas do grupo, apenas uma pessoa para explicar o "porquê" do ambiente escolhido e explicar sobre as teorias de Vygotsky e Wallon. O parque tem por objetivo desenvolver a psicomotricidade da criança. Construímos gira-gira, escorregador, piscina e amarelinha que é conhecida pela teoria de Vygotsky como signos.

Vygotsky fala que a construção do pensamento e da subjetividade é um processo cultural. Enquanto os animais agem e reagem à natureza de uma forma sensorial instintiva, o homem extrapola suas capacidades sensoriais pelo uso de instrumentos construídos por meio do trabalho coletivo no qual interage com outros homens. Esses instrumentos não se reduzem à dimensão material, mas incluem a utilização de signos ( um nó em um lençol apar ativar uma lembrança, etc.) que estimulam diferentes funções mentais.

Wallon considerava o desenvolvimento humano como resultante de uma dupla histórica. Para ele a atividade da criança só é possível graças aos recursos oferecidos tanto pelo instrumental material quanto pela linguagem utililizada ao redor, sendo a mediação feita por outras pessoas particularmente fundamental na construção do pensamento e da consciência de si. Segundo ele, toda pessoa constitui um sistema específico e ótimo de trocas com o meio. Tal sistema integra suas ações num processo de equilíbrio funcional que envolve motricidade, afeto, cognição, mas em que cada estágio de desenvolvimento, uma forma de ação predomina sobre as outras. Ele também fala que ao imitar, a criança mostra ter interiorizado o modelo, construindo com base nele uma imagem mental e reproduzindo suas ações. Isso aparece claramente nas brincadeiras de faz-de-conta.


Ass: Lilian e Simone.

21 de jul. de 2009

Jornal Montessori - 2° Artigo

Introdução do método Montessori e os Princípios básicos Montessorianos

Por Patrícia Beatriz e Janaína Prado

A pedagogia Montessoriana relaciona-se a normatização (consiste em harmonizar a interação de forças corporais e espirituais, corpo, inteligência e vontade). As escolas do Sistema Montessoriano são difundidas pelo mundo todo. O método Montessoriano tem por objetivo a educação da vontade e da atenção, com o qual a criança tem liberdade de escolher o material a ser utilizado, alem de proporcionar a cooperação.

Os princípios fundamentais do sistema Montessori são a atividade, a individualidade e a liberdade, enfatizando os aspectos biológicos, pois, considerando que a vida é um desenvolvimento, achava-se que era função da educação favorecer esse desenvolvimento. Os estímulos externos formariam o espírito da criança, precisando, portanto ser determinados.
Assim, na sala de aula, a criança é livre para agir sobre os objetos sujeitos a sua ação, mas estes já seriam pré estabelecidos, como os conjuntos de jogos e outros materiais que Maria Montessori desenvolveu.
A pedagogia de Montessoriana insere-se no movimento das Escolas Novas, uma oposição aos métodos tradicionais que não respeitavam as necessidades e os mecanismos evolutivos do desenvolvimento da criança. Ocupa um papel de destaque neste movimento pelas novas técnicas que apresentou para os jardins de infância e para as primeiras séries do ensino formal.
O material criado por Montessori tem papel preponderante no seu trabalho educativo, pois pressupõem a compreensão das coisas a partir delas mesmas, tendo como função estimular e desenvolver na criança, um impulso interior que se manifesta no trabalho espontâneo do intelecto.

Ela produz cinco (5) grupos de materiais didáticos:

- Materiais/exercícios Para a Vida Cotidiana (vida prática)

- Material Sensorial;

- Material de Linguagem;

- Material de Matemática;

- Material de Ciências, Geografia e História;

Estes materiais se constituem de peças sólidas de diversos tamanhos e formas: caixas para abrir, fechar e encaixar; botões para abotoar; série de cores, de tamanhos, de formas e espessuras diferentes. Coleções de superfícies de diferentes texturas e campainhas com diferentes sons.

O aluno usa (individualmente) os materiais a medida de sua necessidade e por ser autocorretivo faz sua auto-avaliação. No trabalho com esses materiais a concentração é um fator importante. As tarefas são precedidas por uma intensa preparação, e, quando terminam, a criança se solta, feliz com sua concentração, comunicando-se então com seus semelhantes, num processo de socialização.
A livre escolha das atividades pela criança é outro aspecto fundamental para que exista a concentração e para que a atividade seja formadora e imaginativa. Essa escolha se realiza com ordem disciplina e com um relativo silêncio.
O silêncio também desempenha papel preponderante. A criança fala quando o trabalho assim o exige, a professora não precisa falar alto.

Princípios básicos Montessorianos

· Aceitação do "ser” como pessoa humana, vindo daí o mais importante em educação: "o respeito do educador ao educando"

· Aceitação das diferenças individuais quaisquer que elas sejam: físicas, ambientais, intelectuais, emocionais (que torna a criança outra criança);

· Dar liberdade ao educando para que possa, através de experiências e vivências diárias se auto-educar e se auto-disciplinar;

· A conscientização do educador sobre o aspecto de que a criança é um ser em formação, daí toda ajuda inútil que dermos a ela só servirá para impedir seu crescimento normal;

· Ajudar o outro a ser mais ele, sem humilhá-lo e colocando-se sempre à sua disposição;

· A necessidade de cada um ser ele mesmo, para que seja aceito e amado pelo outro;

· Dar segurança, aceitar, amar, doar-se ao educando, levando-o a um status que o torna capaz de sua auto-realização;

· Deixar que a criança seja o centro de todo o sistema educacional;

· Sentir constantemente uma trilogia na formação da pessoa humana: corpo+alma+espírito unificado;

· Respeito ao ritmo normal da criança;

· Levar a criança a sentir-se como pessoa, dia a após dia, valorizando o que é verdadeiro, o que é bom para ela e para o outro, o real;

· Fazer a criança sentir que "liberdade" não é "licenciosidade", pois esta não existe em educação; toda criança, e mesmo toda pessoa, precisa conhecer limites;

· Levar o educando à conscientização do real "dele" e do "outro";

· Levar a criança a uma "ordem" e "disciplina" unidas tão estreitamente que elas engrenem a "liberdade".

Não perca em breve as publicações dos grupos de materiais didáticos.