Para que o educador consiga realizar algo de positivo, de consciente, é preciso que ele tenha convicção de seu trabalho, acredite no potencial que cada educando traz consigo e enxergue a riqueza desse material humano explorável, com capacidade ilimitada. O trabalho do educador deve convergir para atender, na totalidade, as exigências da pessoa humana quando à sua formação e educação.
Segundo a Dra Montessori o papel do professor é o de criar um traço de união entre a criança, o ambiente e o material. É importante que ele fale pouco e em voz baixa, seja tranqüilo, moderado nos gestos, exato na apresentação do material, concentrado naquilo que esta fazendo. Deve obedecer, sobretudo ao principio da “não intervenção” quando a criança estiver interessada por alguma coisa.
O professor deve utilizar dois recursos para iniciar os educandos numa determinada atividade:
A) Constituir-se um modelo de forma que seu comportamento chame a atenção da criança para aquilo que está fazendo;
B) Sugerir, depois que a criança já viu realizadas certas atividades, que ela execute uma tarefa familiar, mas que contenha algum desafio.
As funções primordiais do educador montessoriano são:
- preparar o ambiente e o material;
- levar a criança se auto-corrigir;
- levar a criança a se auto-disciplinar;
- levar a criança a respeitar o trabalho dos colegas;
- servir de intermediário entre o material e a criança;
- ensinar o manuseio do material e o método de trabalho;
- ser um elo entre o meio e a criança.
O papel do professor é de um guia que para atingir seus objetivos deve:
- “diminuir-se” para que a criança possa crescer;
- permitir que a criança seja o centro do processo educativo;
- influenciar e não impor;
- ser firme e seguro na colocação de limites, auxiliando a normalização da criança;
- evitar ajudas desnecessárias quando a criança é capaz de realizar sozinha.
A professora, com tudo, tem muitas e não são fáceis incumbências: sua cooperação não deve ser excluída, mas deve ser prudente, delicada e multiforme. Suas palavras, sua energia, sua severidade não são necessárias; o que importa é um atento espírito de observação que lhe permita servir, aproximar-se ou retirar-se, interferir ou calar-se segundo os casos e as necessidades. (Montessori apud Lagôa, 1981)
Para que o trabalho do educador possa ser realizado é preciso que:
1. Conheça-se a si próprio;
2. Acredite no seu trabalho;
3. Seja autentico;
4. Saiba ser um grupo e não uma pessoa (use sempre o nós e não eu);
5. Dê cada dia um passo para o aperfeiçoamento;
6. Aprofunde-se cada vez mais no conhecimento da filosofia, psicologia, metodologia montessoriana;
7. Avalie diariamente o seu trabalho, procurando aprimorá-lo, aprofundá-lo, corrigi-lo;
8. Respeite o educando de tal forma, que esse respeito seja interiorizado por ele, fazendo-o encontrar-se consigo mesmo, com o outro, levando-o assim ao encontro com o real, com Deus;
9. Seja um observador constante da classe, procurando, com simplicidade, amor doação, uma harmonia entre o trabalho intelectual, físico e moral;
10. Leve o educando a ser autor de sua própria educação;
11. Procure controlar os gestos de modo que eles sejam uma demonstração do domínio do espírito sobre o corpo; que esses gestos falem, transmitam alguma coisa. Cada um deles deve ser uma mensagem;
12. Em relação ao educando, deve sentir nos seus gestos, o seu equilíbrio emocional, a sua instabilidade, a sua agressividade, a sua disfunção motora;
13. Cultive o silêncio interior da classe (não é mutismo imposto e sim silêncio interior). Esse silêncio nasce da presença, da liderança amorosa e se traduz no aluno em afeto e respeito. A paz do espírito advém do silêncio concentrado, do silêncio interior;
14. Seja criativo para que o educando crie também;
15. Trabalhe com responsabilidade, seriedade, vontade, esforço;
16. Nunca corrija ostensivamente o aluno, em voz alta, na frente dos colegas;
17. Nunca impeça o educando de continuar um trabalho quando este demonstrar vontade de prosseguir nele.
Enfim, o verdadeiro professor, o educador montessoriano é aquele que: DOA-RESPEITA
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